O governador da Bahia, Rui Costa, comemorou a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com restrições, do pedido de importação excepcional das vacinas Sputnik V contra a Covid-19
O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes Lima Santos, recomendou, na sexta-feira, 4, “condições controladas pelos estados” para importação da vacina russa Sputnik V. “As condicionantes que nós colocamos aqui são condicionantes que podem não resolver as questões todas de segurança, eficácia e qualidade, isso precisa ficar muito claro. São condicionantes que buscam minimizar a exposição, minimizar o risco das pessoas que irão tomar a vacina”, disse.
O governador da Bahia, Rui Costa, comemorou a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com restrições, do pedido de importação excepcional das vacinas Sputnik V contra a Covid-19, mas ressaltou: ‘Quantidade autorizada está muito abaixo da real necessidade’. A Bahia fechou contrato para a compra de 9,7 milhões de doses da vacina Sputnik V.
Entre as condicionantes, Gustavo Mendes quer que a vacina só seja distribuída em estudos de efetividade. Não custa lembrar que a União Química desistiu de realizar ensaio clínico da Sputnik V no Brasil. Além disso, as doses destinadas ao Brasil devem ser inspecionadas pelo INCQCS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), da Fiocruz, para averiguar a presença de adenovírus replicantes. Os estados importadores devem também garantir que não haja troca entre as doses da Sputnik V – as duas doses usam vetores diferentes. Os estados devem suspender imediatamente a importação, distribuição e uso da vacina russa caso a OMS reprove seu uso emergencial. Os governos estaduais devem ainda comunicar à população que a Sputnik V não possui avaliação da Anvisa sobre qualidade, eficácia e segurança.

Segundo Mendes, novas informações, trazidas pelo Ministério da Saúde da Rússia, “compõem e trazem um novo cenário” mas “não é possível ignorar as pendências que nós já observamos em relação a essa vacina anteriormente”. O próprio ministério russo forneceu uma autorização condicional para a vacina, destacou Mendes. O gerente acrescentou que não ficou claro como a autoridade russa embasou as especificações de segurança da vacina em relação à presença de adenovírus replicantes. Ou seja: qual padrão os russos usaram para dizer que a quantidade de adenovírus replicantes na vacina é segura. Mendes disse também que foram apresentados dados limitados sobre os estudos de segurança e toxicidade, e faltaram informações sobre a semelhança da Sputnik V com outras vacinas já existentes.
A Sputnik V foi requisitada por seis estados: Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. Em abril, um pedido de 30 milhões de doses para 14 estados foi rejeitado pela Anvisa.
No dia 05 de junho, os governadores do Nordeste e integrantes da Amazônia Legal se reuniram para analisar os procedimentos técnicos mencionados pela Anvisa para a distribuição das doses, que deverão ser destinadas aos municípios de cada estado.
“É apenas o início, mas depois de muita luta conseguimos aprovação para importar e aplicar a Sputnik V. A quantidade autorizada pela Anvisa está muito abaixo da real necessidade. Agora, é batalhar para fazer chegar logo o que foi aprovado e vacinar nosso povo. Vacina salva vidas”, disse o governador da Bahia.