O professor Fabrício Longuinhos estreia no Portal Ilhéus como Colunista Convidado
Para se adaptar é preciso, antes de mais nada, aprender a desaprender. O ser humano teve que se reinventar durante toda a sua história, para poder se adaptar às novas situações que fugiam do seu controle. Foi assim, quando de nômades passamos a ser acumuladores de alimentos e conseguimos ter estoque em épocas ruins para a extração da nossa subsistência na natureza. Também nos adaptamos quando o capital se impôs e mudou a forma de se produzir quaisquer coisas que suprissem as necessidades humanas e fomos obrigados a participar desta nova forma de produção, sob pena de não conseguirmos nos sustentar.
Recentemente o homem vem se reinventando mais uma vez e, assim como em toda a sua evolução, esta reinvenção não é um evento isolado. Graças ao resultado das agressões feitas ao meio ambiente e às injustiças sociais, percebemos que, ou melhoramos o nosso modo produção, ou o nosso modo de produção acabará conosco.
É aí que surgem novos termos para lidarmos com o sistema produtivo. Dentre muitos destes conceitos, destaco aqui: economia criativa; economia colaborativa e economia circular. Este será o espaço para tratarmos destes assuntos tão importantes para nosso dia a dia.
A economia criativa é o futuro do trabalho produtivo e divertido. Não tem jeito, para o seu trabalho ser inovador, ele precisa ser criativo. Aqui quero logo quebrar alguns preconceitos em relação à criatividade: primeiro, a criatividade não é atributo exclusivo de artistas ou gênios abençoados pelo cosmos; segundo, a criatividade é resultado de treinamento. Isso mesmo, criatividade é um exercício pensado e que precisa ser incorporado na rotina do seu trabalho, sob pena de seu trabalho se tornar repetitivo e, consequentemente, ser transferido para um chip.
Um outro modo de produção, que vem ganhando força, é o colaborativo.
Assim como neste veículo de comunicação, a colaboração é a reunião de talentos diferentes, em busca de objetivos comuns. Parece clichê, mas esta afirmativa tem salvado muitos pequenos negócios e empregos mundo afora. Diferentes talentos se reunem, com experiências diversas, qualificações profissionais variadas e um conjunto de tantas coisas e características individualizadas mas que, quando inseridas em uma equipe, se potencializam bastante.
Por fim, e tão importante quanto a economia criativa e colaborativa, está a economia circular. Como o nome já sugere, este sistema produtivo busca o aproveitamento de toda a matéria-prima, energia, tempo e dinheiro empregado para se fabricar algo. Isso vale para quaisquer tipos de bens. Fazer as sobras das matérias primas e dos produtos acabados circularem mais, é uma realidade da qual o ser humano não poderá mais fugir.
A ideia deste espaço, portanto, será a de apresentar como o ser humano vem se adaptando às novas necessidades de relacionamento com a natureza, de relacionamento com outros seres humanos e com a necessidade de produção de bens e serviços mais sustentáveis. Ademais, trataremos aqui de assuntos que fazem parte deste novo modelo de empresas e empregos. Temas como empreendedorismo, criatividade, liderança, minimalismo, qualificação profissional, educação financeira e tantos outros.
É importante deixar claro, no entanto, que nem todas as empresas e pessoas buscarão um mundo melhor na prática. Ainda existem aqueles que insistem em produzir com extração desordenada de matéria prima e grandes desperdícios no processo produtivo. Ainda existem pessoas que se qualificam para trabalhar em empresas que não existem mais, ou quando existem, estão na contra mão da atualidade. É aí que entra a necessidade de compartilhar informações sobre em qual sistema econômico deveríamos pautar a nossa carreira e vida pessoal.
Sei que tem gente que trabalha o dia todo em um emprego chato, e logo vai me falar que precisa do salário para sobreviver. Tudo bem! Não questiono isso. O que você precisa pensar é se é isso que você deseja para o resto dos seus dias neste planetinha azul. Trabalhar por necessidade é a realidade da maioria das pessoas, mas você não precisa ficar em um trabalho que mata a sua criatividade, que não valoriza a colaboração e que não cuida do mundo, durante toda a sua vida.
Já parou para pensar que você pode estar vivendo para resolver pendências e não ainda percebeu a quantidade de tendências que estão ao seu redor? Se isto faz algum sentido para você, é sinal de que consegue perceber que ciclos se fecham, e a vida anda é para frente.
Sejam bem vindxs ao mundo criativo, colaborativo e sustentável.
Conheça mais sobre o trabalho do Professor Fabrício Longuinhos, acesse: fabriciolonguinhos.com
Instagram: @fabriciolonguinhos